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há 4 anos

Como recuperar uma empresa em crise

Por Wellington Romanhol [1]

Em momento de crise mundial e com o crescente número de empresas entrando em recuperação judicial. Quais são as saídas para se recuperar uma empresa?

Todo ser vivo está sujeito à Lei natural do ciclo de vida, e nesse caso as empresas não ficam de fora. Essa lei diz que todo ser vivo: nasce, cresce, se estabiliza, declina e morre.

Quando uma empresa inicia suas atividades, ela começa num ponto abaixo do ponto de equilíbrio (A), nesta fase o faturamento não é suficiente para cobrir os custos fixos e por isso elas precisam de investimento até que alcancem o ponto de equilíbrio (B); a partir daí ela começa a ter lucro até que alcance seu clímax (C), e continua obtendo lucro até que seu faturamento decline ao ponto que ela não consiga mais pagar os custos fixos, neste momento (D), ela começa a consumir o patrimônio que gerou durante o período de geração de lucro, salvo se der início a um novo ciclo de vida (E), no qual as estratégias são renovadas e parte dos lucros obtidos na operação são reinvestidos na empresa.

Esse então é o grande desafio dos gestores, saber qual é o momento certo para se dedicar com mais afinco à empresa, reduzindo a distribuição de lucros e reinvestindo parte dos mesmos na renovação da empresa.

Legenda:

  1. Início das atividades da empresa.
  2. A empresa alcança o ponto de equilíbrio.
  3. Clímax do potencial de faturamento.
  4. Declínio para baixo do ponto de equilíbrio.
  5. Momento Ideal para renovar o ciclo de vida da empresa
  6. Clímax do segundo ciclo de vida.
  7. Declínio do segundo ciclo.

Infelizmente muitos não percebem o momento certo para dar início ao novo ciclo de vida da empresa, fazendo com que a mesma comece a operar no vermelho e destruir o valor que construiu durante seus anos de vida. E para entender melhor esse momento, segue abaixo um quadro resumo das principais causas do declínio das empresas:

CAUSAS INTERNAS

Controle financeiro inadequadoNão consegue identificar onde estão perdendo dinheiro.
Fraca gestão do capital de giroFalta dinheiro para saldar pontualmente os compromissos.
Custos elevadosCustos maiores do que os da concorrência.
Esforço de marketing insuficiente% do faturamento investido abaixo da necessidade de mercado.
Exagerado nível de comercializaçãoCrescimento das vendas sem que haja capacidade financeira e operacional para atender os novos clientes.
Novos projetosFinanciar novos projetos utilizando recursos essenciais da empresa atual, desconsiderando as possibilidades de insucesso do novo negócio.
AquisiçõesErro na escolha e incompetência na gestão pós-aquisição.
Política financeiraAlto índice de endividamento, excesso de conservadorismo e uso de fontes de financiamento inadequadas.
Inércia ou confusão organizacionalIncapacidade de tomar e implementar decisões.

CAUSAS EXTERNAS

Mudanças na demandaNão prever a mudança do mercado no tempo adequado.
ConcorrênciaFortalecimento dos concorrentes atuais e ingresso de novos concorrentes no mercado.
Variações adversas nos preços dos insumos básicos (commodities)Variação cambial e outros fatores econômicos.

A solução para estancar a crise, dependendo do grau da mesma, pode ser obtida por meio de uma ou mais destas opções:

1. Investir na qualificação e até o reforço do time gerencial com a contratação de profissionais experientes para assumir posições estratégicas e com habilidade para enfrentar momentos de crise;

2. Contratação de empresas especializadas em diagnosticar e desenhar soluções para ajudar a empresa sair da crise. Importante nesta opção é o momento em que a empresa solicita a ajuda externa; muitas vezes quando se contrata uma consultoria já é tarde demais, por isso não é raro ouvir de muitos empresários que “contrataram uma consultoria e não resolveu nada”, quando na verdade o insucesso de deu por erro na escolha da empresa de consultoria, pois, nem todos que se intitulam consultores o são de fato, por isso é importante conhecer a estrutura da empresa que se está contratando; ou porque quando a consultoria é contratada a empresa já esgotou todos os recursos que possuía, e não há mais com o que trabalhar;

3. Por último, se nenhuma das opções acima resolveu o problema da empresa, resta-lhe ainda uma última alternativa: a recuperação, judicial ou extrajudicial, conferida pela Lei 11.101/2005, na qual a empresa obtém do Estado o apoio necessário para se reestruturar. Algumas das principais vantagens da recuperação judicial é o congelamento da dívida, que fica suspensa pelos 180 dias seguintes ao deferimento do processamento da recuperação; o alongamento do prazo de pagamento; a redução do custo financeiro; e a possibilidade de deságio no valor das dívidas. Entretanto, para que a recuperação obtenha o sucesso esperado, é imprescindível que o PLANO DE RECUPERAÇÃO seja consistente, indique precisamente a forma de pagamento, as medidas a serem adotadas para superar a crise, dentre outros; por isso a importância de se contratar um profissional habilitado e qualificado profissionalmente para preparar o plano.

[1] Advogado, estrategista e consultor empresarial. Mestre em Administração de Empresas, graduado em Administração, Ciências Contábeis, Direito e Teologia. Desde 1999, atua com estratégias e soluções empresariais.

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